quarta-feira, 27 de julho de 2011

Berlin (Parte 3 de 3)

Berlim Day 5

Durmo até de tarde. E a noite promete! Quase rola de ir numa festa techno underground ilegal que ia rolar, mas a polícia foi mais rápida que eu e gongou o bafo antes da minha chegada.

Daí descido ir ao bairro pink de Berlin, Shöneberg - porque se a noite anterior foi fitness, essa noite seria a noite da bateção de cabelo. Pego a minha revista gay alemã (acuendada da portaria do hotel) com todo o roteiro dos melhores lugares com as melhores festas do mês e vou lindamente às 22h da noite fazer o aquecimento no Hafen – o mais famoso bar de Berlim.

Foi surreal! O lugar é pequininíssimo e a música é todo um detalhe. Toca tipo músicas folclóricas tradicionais alemãs, músicas de cabaret no melhor estilo “Raindrops Keep Falling on My Head” e cheguei até a ouvir uma versão surreal em alemão de “A Banda” do Chico Buarque cantada por uma mulher. Fiquei passado!

Tinha muita gente. Só que a maioria era gente mais velha. Tomo dois Redbulls, jogo conversa fora com um povo ali e vou pro bar ao lado. Esse era mais heavy. Tinham TVs passando filmes pornôs SM, uma música mais pop e um dark room. Mas nem fui lá porque não sou obrigado. O que mais me chamou a atenção é que o lugar parecia uma academia adaptada. Tinham vários aparelhos de ginástica utilizados como decoração, incluindo um cavalo vintage de ginástica artística sendo usado como mesinha de centro.

Daí, descubro que tem uma balada babado ali chamada Goya. Num lugar gigante. Chego na portaria e tinha que colocar uma correntinha no pulso. Vermelho se você for ativo, verde passivo, amarela era bissexual e azul era hétero. Não tinha pulseira de versátil! Era oito ou oitenta! Vale lembrar também que a pulseira da passividade já estava quase em falta e a dos ativos tinha uma pilha.

E eu tentando perguntar se era obrigatório usar esse bafo e o boy não entendia muito bem inglês e estava pensando que eu não estava entendendo o propósito das pulseiras. Daí ele falava: “Are you going to fuck or be fucked??”. Achei tenso e pus logo essa pulseira uó.

Adentrei no lugar e era música de viado mesmo. Entrei e estava tocando “Single Ladies”. E tocou todas aquelas músicas uós pops. Mas enfim. Era uma balada bem legal. Tinha um povo bonito. Mas a maioria era feminina. Nesse quesito, a pulseira ajudou bastante porque meio que funcionou como um repelente contra passivas. As bichas chegavam todas simpáticas em mim, olhava pra minha pulseira e já voavam.

Daí me sento no sofá, depois de uma hora e senta um menino lindo alemão do meu lado. Pergunto em alemão se ele falava inglês e o boy não falava. Olhei pro braço dele e ele estava usando umas 3 pulseiras de cores que não conseguia distinguir. Ele se levantou e eu resolvi voar dali e voltar pra pista.

Na pista, um boy começa a me olhar e se aproximar de mim. 0.5 segundos depois já estou arrasando com ele. Ele era um pouco mais velho, uns 38 anos e tinha um corpo do bem. Depois de uns beijos, ele começa a falar comigo em alemão. Quando ele percebe que não falo o idioma, a nossa conversa fica meio na mímica. Apesar de ele falar um inglês basiquinho. Pergunto o que ele faz e ele “POLIZEI”, o boy era policial! Lindamente! Daí o boy policial continua me beijando, se reposiciona atrás de mim e começa a dançar me encoxando! Achei, muito assim, baile funk carioca repaginado! Bafo! Daí fico lá com o boy e ele me pergunta se eu quero ir no banheiro com ele para you-know-what. Olha a minha cara! Falei que não.

Ele também me chamou pra ir na casa dele. Mas fiquei com medo. Primeiro que, sinceramente, eu não estava afim de nada naquela noite a não ser ferver, segundo que, o boy sendo policial, deve ter armas na casa dele. E vai que a coisa fica meio visceral e ele me algema na cama dele? Ou ainda ameaça me matar se eu não fizer um fist-fucking ou algo assim? Achei melhor deixar quieto.

Daí, lá pelas 6 da manhã eu volto pro hotel pra fazer as malas. De manhã, eu pago 9 euros pro taxista me levar na loja de artigos vintage esportivos e a loja estava fechada. Eram 9:30 da manhã e só abriria às 10. Meu trem estava marcado pra sair às 9:50.

Fiquei muito passado de raiva! Foi aí que Santa Cher fez um milagre que atrasou o meu trem em quarenta minutos. Quando eu ouvi o anúncio no PA, eu já estava de novo no táxi e VOOEEI pra loja de artigos vintage esportivos. Estava aberta, morry!

Já chego desesperado pro boy “CASAQUINHO ADIDAS CCCP NOWWWWWW!!” e, para a minha surpresa, o boy não tinha NADA! Tipo assim, ele tinha os artigos vintage, mas era tudo genérico. Não tinha coisas de nenhum país, nem da União Soviética, nem da Rússia, nem nada! Resolvo comprar um casaquinho Adidas vermelhinho vintage basics – que foi o mais próximo que eu cheguei de ter um casaco CCCP e voei de lá, deixando pra trás uns tênis vintage Converse que tinha lá que eram lindos! Cheguei na estação e subi no trem faltando 10 segundos pra ele partir. Juro que foi uma cagada! Quase perdi o trem!

Próximo destino: Varsóvia.

Um comentário:

  1. Caracas Diego, tenho mais inveja das suas noitadas com redbull do que a cidade propriamente dita!! quero voltar aos meus 30 anos agora!!

    Volto pra Italia dia 8 de setembro, to de ferias na nossa selva pq tbem nao sou obrigada né querido!! voce ja tem meus telefones!
    Em Roma vc vai se jogar pq os policiais sao lindos e nao fazem nenhum medo, sao bonzinhos...
    Te aguardo, beijao e parabens pela promoçao!!

    ResponderExcluir