sábado, 2 de julho de 2011

Berlin (Parte 2 de3)

Berlim Day 2

Terça-feira e o Greg foi pra Praga. Me despedi dele (porque também ninguém merece ficar o tempo todo com HT em busca de sexo em plena Berlim) e eu me mudei de hotel pra um mais bem localizado perto das baladas.

Andei linda por Berlim e fiquei passado com o sistema de metrô deles. Não tem catraca e as estações são praticamente desertas. Você vai na plataforma, compra o ticket numa máquina e valida o ticket em outra ali mesmo. Se você não tem um ticket válido e entra no metro, se for pego, paga uma multa de 40 euros.

Berlim Day 3

Quarta-feira chega e eu dou uma perambulada pela parte oriental de Berlim. Bafo demais! Tudo baratinho. Também foi ao monumento dedicado aos judeus mortos no holocausto. É lindo! Aquelas pedras retangulares de tamanhos diferentes. Lindo, lindo!

Daí vejo um menino alemão de uns 13 anos, indo em direção ao monumento e, cinco minutos depois ele saindo de lá aos prantos com o braço todo ensanguentado e com um corte super fundo no ante-braço. Acho que ele tentou pular as pedras e caiu com o braço bem na ponta de uma delas, que são bem afiadas. Foi aí que eu cheguei a conclusão que este monumento não era apenas comtemplativo e sim, um monumento vingativo! Acho que o artista falou: “Vocês alemães mataram meu povo, nean? Agora eu furo vocês!” Bafo! E tem o museu na parte subterrânea que é lindo também.

E, a noite, resolvo ir no Berghain/Paronamabar – que é uma das baladas mais arrasadoras de Berlim. Ficava pertinho do hotel e resolvo ir andando. Não via viva-alma na rua. Sabia o endereço, mas não sabia aonde era direito, como era o lugar – porque todas as baladas de Berlim são nesses espaços dirty, com muros pichados e tudo sujo por fora. Mas ali não havia ninguém. Resolvo voltar pro hotel muito frustrado por estar há três dias em Berlim e ainda não ter ido em nenhuma balada techno-minimal.

Berlim Day 4

Mais um dia de turismo por Berlim. E, dessa vez, vou no Bauhaus Archive Museum. Bauhaus, pra quem não sabe, era uma escola de design alemã bafônica, inovadora e pioneiríssima que existiu entre meados de 1919 até ser fechada pelos nazistas na década de 30.

Eu chorei! Bafo demais. Comprei tanto cartão postal. Foi babado. Daí eu fui no Museu do Cinema Alemão. E lá tinha, simplesmente, a estátua original do filme Metrópolis! Tsá, meu bein! Bafo! E também tinham os vestidos de Marlene Dietrich restaurados por Giorgio Armani – porque ninguém aqui é obrigado!

Depois de sair de lá, soube que ia ter uma balada no Berghain às 18h. Vou lá ver esse bafo. Entro na internet pra achar uma foto do local mesmo e não ficar perdido como no dia anterior.

Chego lá e vejo pessoas. Mas, assim, um povo muito estranho. Um povo rockeiro, não era o tipo de gente que iria pra uma balada minimal. Vou na portaria e o boy me deixa entrar. Chego no balcão e a mapoa me informa que estava tendo um festival de rock que não tinha nada a ver com o Berghain e que era pra eu voltar às 2 da manhã pra programação normal de techno. OK!

Me perco no caminho de volta pro hotel e, quando já estou morrendo de raiva, por estar perdido, um estranho local me chama a atenção; uma vitrine pra ser exato. Vejo centenas de casaquinhos vintage Adidas pendurados na parede. A loja estava fechada, mas leio a placa com o nome da loja; algo assim: Hen’s – loja especializada em artigos esportivos vintage das décadas de 60, 70 e 80. O que, pra mim, seria a mesma coisa que estar escrito: “Loja do Diego – especializada em artigos de design gráfico russo-construtivistas e dadaístas, música eletrônica techno-minimalista, Björk, Apple, ginástica artística e boys”. Chorei demais! Tinha tanta coisa! E, como está escrito na descrição ao lado, o meu sonho é ter um casaquinho Adidas vintage soviético com a sigla URSS em russo: CCCP.

Memorizei o endereço da rua e voltei pro hotel – na esperança de conseguir voltar nessa loja no sábado de manhã – já que o dia seguinte seria sexta-feira da paixão e tudo estaria fechado. Dormi um pouco, troquei de roupa e fui no Berghain por volta de 1 e meia da manhã. Porém, ainda estava rolando o festival e, apesar de eu ouvir batidas techno ao fundo, o boy da portaria, que era um outro, não me deixou entrar dessa vez nem pra conversar com as mapoas do balcão.

Pego o taxi irritadíssimo e sigo pro Watergate. Eu estava planejando ir lá só no dia seguinte, mas resolvi ir nesse dia mesmo. Outro detalhe do Watergate, aliás, de toda a balada bafo de Berlim, é que custa baratinho pra entrar em qualquer uma delas. Mas, não é tão fácil passar pela portaria. Seja quem for e tenha o dinheiro que tiver.

Outro detalhe importante nessa história é que eu estava de all star preto, calça jeans Calvin Klein preta, com uma camisa listrada rosa, que eu comprei num vintage shop, em Berlin Oriental, com a manga dobrada em 3/4 e com uma camiseta preta por cima da camisa, em sobreposição.

O boy da portaria olhou pra minha cara, me mediu da cabeça aos pés e me deixou entrar. Achei luxo, poder e sedução porque conhecia um monte de pessoas super influentes e populares da balada de SP que foram gongadas no Watergate.

Porém, para a minha surpresa, havia um segundo boy controlando a entrada que me disse na lata que eu não deveria estar com camisa, só de camiseta. Que eu estava muito formal e, por causa disso, não poderia entrar. Morry! Juro que morry! Quem ele pensa que é na noite pra gongar o meu modelito?!??!?

Daí um grupo de meninas de Berlim que estavam do lado de fora, me aconselha a tirar a camisa – já que estava de camiseta também e tentar de novo. Elas mesmas estavam esperando um amigo delas, que estava de camisa, voltar em casa e trocar de roupa.

Vou num lugar super escurinho na ponte (a balada fica do lado do rio Spree) e tiro a camisa. Volto de novo na fila e o boy fala que agora eu estava apropriadamente vestido, mas que não me deixaria entrar porque tinha muito homem e estava desproporcional. Que eu poderia entrar somente se eu achasse uma mulher pra entrar comigo.

Volto ao grupo de mapoas de Berlim e peço pra me juntar ao grupo delas. Elas aceitam, o boy amigo delas volta, a gente vai de novo pra porta de grupinho, o boy olha pra nossa cara e deixa a gente entrar. Finalmente!

Entrei e já vi um monte de gente de camisa por lá, ia colocar a camisa de volta, num sinal de protesto moral, porém, estava muito calor e resolvo deixar na chapelaria. Também estava decidido a ficar por meia hora, sair com uma cara blasé e fazer carão pra esse povo uó da portaria.

Mas acontece que a música estava tudo! Tudo!!! Não dava pra sair! E foi lindo! Dancei a noite toda até o sol raiar. Fiquei até 9 da manhã ao som do puríssimo techno minimal.

O que eu não gostei de lá foram as pessoas, alias as meninas que vão lá. Muito carão pra pouca coisa! Um bando de nobodies garçonetes que devem dar horrores pros porteiros do Watergate pra entrar - que não têm um euro pra guardar as bolsas na chapelaria (custa 1 euro mesmo!) e deixam no chão ou ficam carregando e dançando com peso a noite toda. E o pior de tudo – se sentindo as deusas porque estão no Watergate. Teve um monte que pisaram no meu pé e nem pedem desculpa nem nada! Nossa! Eu chutei tanto elas! Empurrei tanta mapoa! Foi babado!

Já os boys são mais simpáticos. Fiz amizade com dois boys lindos de 2 metros de altura de Stuttgart. Lindos, lindos! No final, tava todo mundo louco de ácido, foi bafo! A única coisa uó é que não dava pra saber quem era viado ou não. Lá todo mundo faz uma linha metrosexual-cult, então foi uó pra saber. Mas enfim, não tava nem aí. O importante é que eu fui no Watergate e arrasei.

PS> Eu não tava doido de ácido! rsrs.. aliás, nunca usei drogas, porque eu não sou obrigado!! Consigo lindamente apreciar música eletrônica por horas sem aditivos extras... Of course que um Redbull aqui e acolá ajudou bastante!!!

Eu voltaria lá! Mas, só depois de eu entrar pra máfia alemã do techno minimal e ter clear-entrance pela portaria desses clubs doidos. Porque eu não sou foca amestrada de circo pra pular por arcos de fogo toda vez que eu quiser ouvir músicas afrontes. Ou melhor do que ter clear-entrance pela portaria é entrar pelo backstage e ser pago pra estar lá, junto com o meu repertório exclusivíssimo, of course.

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