quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Varsóvia

Chego em Varsóvia, já usando o casaquinho Adidas, linda e soviéticamente. Depois de uma viagem tranqüila de trem, eu já chego quase morrendo com o Krystof, o boy garçom polonês que trabalhava no vaguão do restaurante que era a coisa mais linda deste mundo.


Saio da estação, troco 100 euros em dinheiro polonês. E pego um ônibus até o hotel. Já que a mapoa da informação me disse que o hotel era a 5 minutos dali.


Minha primeira impressão de Varsóvia foi meio uó. Não via nada demais. Fui ao hotel, deixei minhas coisas. Dei uma espairecida e resolvo explorar o lugar. Putaquepariu! Que lugar mais lindo! Calei a boca.


A cidade é linda. Tudo limpinho, tudo certinho e, empatou com a Alemanha, como o país com os boys mais lindos por metro quadrado. Nossa eu chorava demais! Umas praças pitorescas, aquele ar blasé europeu por toda a parte. Bairro com ruas estreitíssimas. Mas ainda tinha o ar de uma grande metrópole com avenidas e edifícios modernos.


Voltei pro hotel passado, dormi por um tempo pra acordar pra night em Varsóvia – que prometia! Sai com o endereço de um monte de lugares. Mas, por ser véspera de domingo de Páscoa, tava tudo fechado ali no centro velho da cidade, que era aonde eu estava. E eu estava indo a pé porque o meu hotel era perto da área gay da cidade (PS: eu sempre fico, acidentalmente, na parte gay da cidade, seria coincidência ou o mundo todo está ficando gay?).


Mas eu não tô deitando não! Eu IA numa balada gay na Polônia custe o que custar! Parei no meio da rua (deserta) e pensei, “por que eu estou aqui andando que nem um besta olhando em mapas da cidade e tentando me guiar se eu sou ryca e phoena?!”. Firme e decidido, dei um sinal pro táxi e falei “me leva em uma balada gay agooooooooooooraaaaaa!”. PAFT! Cinco minutos depois e eu estava na frente do Tora – que eu vim a descobrir que era única balada gay em atividade da cidade.


Entrei linda e o lugar era pequeno. Não tinha muita gente (por causa do feriado) e a música era aquele pop uó. Mas bobagem. Tinham uns boys lindos, mas estavam acompanhados. Começo a dançar linda e o povo passado tentando saber que eu era, de onde vim e o que fazia ali. E o babado de ir em boates estrangeiras é que você sempre será um forasteiro estrangeiro exótico de um país distante e nunca falta assunto. Seja um “que horas são aqui nesse país pra eu ajustar meu relógio com o fuso horário local?” ou “Não falo o seu idioma”. Sempre há algo pra conversar, isso é, se a pessoa falar inglês também. O que não era o caso, porque todo mundo só falava polonês e vinha gente em mim me perguntando coisas e eu lá calado na base da mímica.


Anyway… daí estou dando um close quando uma bibinha gordinha começa a puxar papo comigo. Começo a conversar e, dois minutos de conversa depois, a beesha me vira pra mim e fala: “paga uma cerveja pra mim, por favor! Preciso beber!”. Tão me achando com cara de embaixatriz da boa-vontade?? Se toca e arranja um emprego, queridinha! Virei as costas e fui pra pista. Isso já era umas 4 da manhã e o local estava cada vez mais vazio.


Saio linda da buatchy e, na entrada, tinha umas mesinhas e um boy sentado lá me pergunta se eu era turco. Falei que era brasileiro e resolvo sentar e conversar com o povo que ali estava, tinha bastante gente e ficamos conversando por uma meia hora. Fiz amizade com umas bees polonesas, que foram as que me falaram que a Tora era a única balada gay aberta da cidade. Que existiam festas gays que aconteciam em clubs héteros em determinados dias e que as melhores baladas estavam fechadas. Me despeço das bees e volto pro hotel.


Saio linda de manhã com destino à Praga, na República Tcheca.

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