quarta-feira, 22 de junho de 2011

Berlin (Parte 1 de 3)

Trem Paris pra Berlim.


Estou lindamente no trem de Paris pra Berlim – um trem que vira a noite. Estou sozinho numa cabine com 6 assentos e decido ir comprar algo pra comer, porque a fome tava gritando. Na volta, na cabine ao lado, havia uma mensagem em inglês improvisada numa folhinha de caderno aonde se lia: “se você consegue ler isso, por favor, entre porque eu estou super entendiado”. Como eu também estava entediado, fiz a linha social e arrasei na política da boa vizinhança.


Nessa cabine tinham dois meninos e cem garrafas de cerveja vazias. Já cheguei me apresentando e os boys foram muito simpáticos. Eles também haviam acabado de se conhecer. Um deles chamava Eduardo, uns 26 anos, ele era meio italiano, meio alemão, mas morava na França com a mãe e estava voltando pra visitar o pai dele na Alemanha. O outro chamava Greg e ele é um soldado britânico de férias pela Europa. Ele estava aproveitando esse curto tempo livre pra viajar porque ele vai pra uma missão humanitária na ilha de Cyprus por 6 meses pra tentar evitar conflitos entre os gregos e turcos. Detalhe que ele tinha 20 anos, mas eu não daria mais de 14 anos pra ele. Branquinho, loirinho com cara de bebê.


Daí o Eduardo tava super bêbado e foi dormir na cabine dele. E ficou eu e o Greg conversando. Mas assim, foi uma coisa super impressionante porque eu nunca achei que eu teria assunto pra conversar com ele. O Greg era exatamente o oposto de mim! Ele era hétero de tudo, não tínhamos os mesmos gostos pra nada. Mas, de algum jeito, o papo fluiu a noite toda. Ficamos conversando até umas 4 da manhã. Outro detalhe: ele não catou que eu era gay e até hoje ele pensa que eu sou hétero. Tentei entrar meio no assunto, mas, quando eu comentei que teve um cruzeiro gay no navio que eu trabalhava, ele fez uma cara, que eu achei melhor deixar quieto. Chegamos em Berlim e o Greg resolve ficar um dia lá – ele ia direto pra Praga, mas mudou de idéia.


Berlin Day 1


Chegamos em Berlim às 10 da manhã de uma segunda-feira. Nos despedimos do Eduardo e eu o Greg resolvemos procurar um hotel juntos. Achamos e dividimos um quarto. Depois de um banho purificador, resolvemos sair e explorar a cidade.

Já me deparei com um pedaço do Muro de Berlim e já arrasei nas fotos. E eu passado com a masculinidade do Greg porque até o jeito dele andar era hétero. Ele andava pesado, não sei explicar direito. Daí fomos no Reichtag, que é um palácio do governo chiquésimo. Fomos andando por Berlim e eu fiquei passado com esse lugar! Que cidade linda! Que cidade organizada! As ruas são largas e espaçosas – então não tem trânsito. E dá pra estacionar o carro com 2 metros de espaço entre um e outro. Não é uma cidade super populada, então não tem muvuca nos transportes públicos. Daí, fomos procurar o bunker do Hitler. Achamos, e foi meio uó – porque o lugar subterrâneo foi soterrado. Então é só um buraco cheio de areia no chão com uma plaquinha explicativa suja.


Daí fomos noutro lugar chamado Checkpoint Charlie. Ali era um lugar “neutro” entre berlim oriental e ocidental. E era lá que os americanos e soviéticos batiam boca e lavavam roupa suja! E lá também tinha uma barraquinha vendendo artigos soviéticos como broches, bandeiras, chapéus. E o Greg, como bom soldado britânico, passado comigo arrasando na linha soviética! Mas eu expliquei pra ele que era mais um lance estético do que político. Também tinha uns uniformes do exército soviético. Mas eu achei brega. Pareciam as roupas do Michael Jackson. Se ainda fosse um casaco tipo sobretudo vintage da KGB, aí seria uma outra história.

Fomos numa avenida ali no centro e meu coração parou – uma loja da TASCHEN – que é uma editora de design bafônica. E tudo baratinho!! Os livros que no Brasil custam 100 reais, lá eu achei por 7,90 euros! Achei emoção pura!


E foi aí que nos deparamos com uma loja de CD e eu entrei linda. Mas cadê a sessão de música eletrônica, Berlim? Eu tentando achar o babado e só via uns gêneros pantaneiros. Daí resolvo perguntar pra alguém que trabalha lá e ele fala: “a sessão de música eletrônica fica naquela sala ali, querido”. E era uma sala mesmo! Uma sala gigante só com música eletrônica! Morri demais! Tudo que eu procurava eu achava. Resolvi comprar só uns 3 CDs do Trentemøller um single rarésimo do Portishead e voar de lá antes que eu deixasse até as roupas naquele lugar e tivesse que dormir debaixo da ponte com uma pilha de CDs de techno embaixo.


Voltamos pro hotel, dormi de tarde e saímos pra noite. Daí fomos peregrinando de bar em bar, se jogando na noite. E o Greg atirando pra todos os lados e eu linda lixando a unha com um Redbull ao lado. E eu todo simpático com os boys alemães lindos que ali estavam e eles jurando que eu era britânico por decorrência do meu inglês fluentérrimo (by the way, nessa viagem eu fui britânico, americano, canadense, espanhol, italiano e turco)! Babado!


Daí nos sentamos com duas meninas alemãs que estavam fazendo mestrado em neuro-cirurgia e tinham a minha idade. Fiquei passado. E , de novo, as rachas jurando que eu era britânico. Bafo demais. E elas eram umas fofas. E, depois de uma hora, elas voaram e eu e Greg também. Daí vinham as putas alemãs em cima do Greg (porque eu acho que elas cataram a minha linha rosa-choque) e o Greg “quanto você me paga??”. Nossa! Já tava vendo a hora que a gente ia tomar uma giletada das putas.


Mas enfim… a noite foi meia-boca. Mas foi engraçada.

3 comentários:

  1. Hahahahah
    Morri com sua descrição de Berlin. Véio, vc nao fala pro Berlinense que aqui tem lugar pra estacionar, que ó, vc apanha, viu?
    Eu agradeço os elogios à cidade, tá? Vai ver, vc passou aqui pertinho de casa e nem sabe. :P

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  2. Biiiiiiiiiiiii, arrasou!!! mas vc não pegou o Greg??? COMASSIM???

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  3. Hahaha! Ain gata! Nemmm... além de ele não fazer o meu tipo, ele poderia me matar com as mãos dele somente. Lembre-se que ele era soldado! hahahah

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