segunda-feira, 15 de março de 2010

A Streetcar Named…

Eu sei que, hoje em dia, nas grandes cidades, realmente a maioria das pessoas são muito egocêntricas. Todo mundo preocupado com os próprios problemas dentro do seu próprio mundo. Mas, as vezes, você encontra pessoas dispostas a ajudar o próximo.

Eu estava assistindo “Tudo Sobre Minha Mãe”, do Almodovar pela vigésima vez e tem uma frase na peça de “Um Bonde Chamado Desejo” que a Blanche DuBois fala “seja você quem for, eu sempre dependi da ajuda de desconhecidos”. E isso me fez lembrar de uma história que eu passei.

Estava no Rio de Janeiro fazendo uma entrevista de emprego. Como era a minha primeira visita na cidade maravilhosa, é óbvio que eu saí de balada com um amigo queridíssimo carioca que eu conheço há anos. Saí da entrevista de emprego, voltei pro hotel, troquei de roupa e fiz check-out do hotel que eu tava. Fiz reserva para ficar num outro hotel no dia seguinte (já que o que eu tava era uó). Porém, só poderia fazer o check-in depois do meio-dia. “OK” pensei comigo. Vou pra balada, viro a noite, enrolo pela manhã e faço check-in depois do meio-dia e durmo um pouco.

Fomos eu e meu amigo em direção à balada. Detalhe que eu estava morrendo de vontade de fazer xixi e, meu amigo, como carioca “ixxxperto” que é, me falava: “poxxxaaaaaa, di! Mijaa aee na ruaaa meexxxmooo, uéée”... E eu, com o maior carão, falava: “o senhor acha que EU vou me prestar a urinar na rua??? Você tá looucoooo??!?!??! Quero um banheiro basfônico com sabonete pra poder lavar minhas mãos depois, de preferência, sabonete líquído. Se for Dove, melhor ainda!”.

Depois de rodar Copacabana inteira, achamos um barzinho aonde pude arrasar. Fomos pra boate. Foi uó porque eu era amigo do DJ e ele me colocou na lista VIP, daí, fiquei esperando na fila por meia hora pra descobrir que meu nome não estava na lista. E a hostess era super seca comigo. Uma vadia antipática. Nem me importava em pagar pra entrar, mas o uó foi que eu tive que ir pro final da outra fila dos clientes pagantes. Custava ela pelo menos deixar eu entrar direto, mesmo pagando, já que ela viu que eu já estava esperando há tanto tempo?? Como meu amigo já estava lá dentro me esperando, peguei a fila de novo e entrei, porque senão eu teria virado a cara e xingado aquela vadia! Acho que ela não gostava de paulistas!

A balada em si foi tudo. Ficamos até às seis da manhã e meu amigo me deixou de carro na porta do hotel que eu tinha feito reserva. Detalhe: o check-in era só ao meio-dia e eu estava MORRENDO de sono! Começei a perambular pelas rodondezas de Copacabana, sem destino, quase cogitando a possibilidade de dormir na rua... Mas eu voltei pro hotel (que era uma lan-house também). Expliquei pra recepcionista que tinha feito reserva e falei se poderia esperar ali mesmo até o horário do check-in. Ela disse que sim.

Me sentei em um computador e começei a dormir sentado com a cabeça apoiada na mesa. A menina recepcionista, ao ver que eu estava dormindo, logo veio em minha direção. Já pensei que ela ia falar que era proibido dormir ali ou algo do tipo. Mas ela me vira e fala: “Com licença, eu sei que o seu check-in está marcado pra meio-dia. Mas, se você quiser, tem um lounge lá em cima com uma cama e você pode dormir e esperar lá até o o horário do seu check-in”. Eu JURO pra vocês que eu virei pra ela e disse “POSSO TE DAR UM ABRAÇO??”. Eu abraçei a menina horrores e começei a chorar de tão feliz que eu tava! Ela ficou passada! Pena que eu não lembro o nome dela. Mas, seja ela quem for, eu sempre dependi da ajuda de desconhecidos.

3 comentários:

  1. Eu acho que tudo poderia ter sido diferente se vc tivesse se embolado com um bofe, como vc gosta de dizer AFRONTE e tivesse ido para o apê dele. E vc poderia ter ido com o bofe sem mesmo saber quem ele era e qual o seu nome, assim vc ainda poderia ter escrito esse post agradecendo a ajuda de desconhecidos ... mas waaaaayyyyy too better than that!

    Mas Di, vc é tão querido que eu duvido que exista alguém nesta terra que não te ajude, babe! Com essa carinha de bibinha linda e intelectual que vc tem, tooodo mundo ajuda!!!
    PS: que bom que vc voltou a net! Lov U

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  2. Eu ja desconfiaria da moça, bondade demais sempre me deixou encafifada. Ja ia achar que ela queria me drogar e roubar meu rim, eu hein!!!
    To com a doc, acharia mais dygno se a senhorita tivesse arrumado um boffy escandalo e fervido horrores com ele a noite toda, depois vcs iriam para o apê dele, uma cobertura na Vieira Souto, tomariam um reforçado cafe servido pelo mordomo vestido de robe de cetim e aí sim, vcs dormiriam a manha toda com o ar condicionado a 15 graus.

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  3. Hahahahha... confesso que o final alternativo de vocês pra minha história quebrou com a minha cara! rsrrsrs... Realmente teria sido muito mais digno! Mas não achei ninguém naquela buatchy pra fazer isso... só tinha passivona (paulista, diga-se de passagem, pq era semana da parada gay no rio e só tinha turistas) ... os únicos com jeito de homem mesmo era meu amigo e o outro boy que eu beijei... mas ele non tinha cara de quem tinha uma cobertura na Vieira Souto.. srsrsrsrsrs

    É a realidade do mundo, neh.. fazer o que?! ._.

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