quarta-feira, 31 de março de 2010

A História Inexistente

Esta é uma história que não aconteceu! Quer dizer, ela aconteceu, mas, se você um dia perguntar isso pra mim, eu negarei até o fim, aliás, farei uma sessão de hipnose no final deste post para que vocês esqueçam o que acabaram de ler! É uma história que eu guardei por muito tempo reprimida comigo mas que agora tenho forças pra compartilhar com vocês.

Os eventos que serão descritos agora, se passaram há uns 5 anos atrás em um reino remoto chamado Jandira (cidade do interior de SP). Um colega meu me convidou pra o aniversário dele. A festa seria realizada na casa dele, nesta remota cidadezinha. Como eu ainda não sabia dirigir, tinha até pensado em pegar um metrô e depois me perder nos trens paulistas até chegar lá. Graças à Santa Cher, meu primo resolveu ir comigo e o namorado dele também – que tem carro.

Chamei também meu melhor amigo Rodrigo (vulgo Whit) e meu primo chamou mais dois amigos que faziam teatro com ele. Como a festa se passaria em uma cidade interiorana, já imaginamos um sítio gigante, uma piscina com várias tochas de fogo espalhadas pelo lugar, go-go boys, vários DJs, várias pessoas fervidas. Ia ser um luxo!

Meu primo e os amigos dele saíram direto do teatro – detalhe que um dos nossos amigos estava vestido de drag-queen porque ele interpretava uma drag na peça que eles estavam ensaiando, porém, ele também era drag fora dos palcos e decidiu ir vestida desse jeito só pra causar e porque se tratava de um evento GLS.

Chegamos em Jandira, que mais parecia a Zona Leste de SP. Tudo deserto, pessoas suspeitas pra todo o lado e foi aí que avistamos um monte de gente dentro de um sobradinho com umas bexigas penduradas. Pensávamos conosco: “Não! Não pode ser aqui!”. E a drag, com medo de ser linchada, começou a se desesperar: “Meu Deus!!! É claro que é aqui!! Tooodas as referências que o menino deu estão batendo!!!”.

Bom, resolvemos parar e só saiu eu e meu primo para averiguar. Depois de desviar do bando de manos com cara de traficante, constatamos que era ali mesmo. Já dei minha primeira furada ao cumprimentar o irmão do meu amigo aniversariante (que é quase uma cópia exata dele) com um sonoro “Nhaaaaaaaaaaainnnn”. Óbviamente, ele me olhou com cara de doido e passou direto.

A minha amiga drag era o centro das atenções! Mas ninguém mexeu com a gente. Detalhe também que ninguém fez o sacríficio de tirar o Chevet em ruínas da garagem pra liberar um pouco de espaço. Entramos na casa e era aquelas casas bem simples mesmo, sabem? Com mofo pra todo o lado, tudo velho e cheio de pó, paredes sem pintura, TV com bombril na antena. A cozinha, então, estava uma bagunça! A mesa cheeeia de garrafas de pinga e todas as cadeiras (de plástico) estavam lá fora, sendo usadas pelas tiazonas gordas. Sim, porque era uma festinha de família mesmo com alguns gays perdidos pelos cantos.

Enquanto isso, pra piorar, o outro amigo do meu primo começa a dar em cima de mim. Ele até que era bonitinho, mas ele era bailarino, e as fotos dele no Orkut fazendo um pas deux deux provaram-se ser brochantes demais para mim.

Nem preciso falar que não ingerimos nenhum líquido ou alimento de lá e que, em 15 minutos, voamos dali e acabamos a noite indo direto pro Autorama – um reduto gay em um estacionamento do Ibirapuera. Detalhe que, depois de levar um fora de mim, o bailarino começa a dar em cima do Rodrigo, o meu melhor amigo, só pra me chatear. Lógico que o Rô nem deu confiança pra ele!

Agora eu fico imaginando se eu tivesse ido pra Jandira sozinho! Além de arriscar a minha vida naqueles trens perigosíssimos, ainda seria obrigado a ficar ali e esperar até às 5:30 da manhã para que os trêns e metrôs voltassem a funcionar. Ninguém merece!

Óbviamente, nem preciso dizer que depois disso, eu e meu primo fomos obrigados a excluir a criatura do MSN para o próprio bem dele, porque, caso ele chegasse em mim e falasse: “E aí?? O que achou da festa??!!!” Eu era capaz de matar a bixa!

Além de nunca mais ter recebido notícias dela ou tê-la visto por aí pelas baladas, eu, meu primo e o Rô fizemos hipnose e até hoje, juramos de pés juntos que estávamos em Alphaville!

Por isso, você, leitor, relaxe...

Relaxe...

Relaxe...

Você irá...

Esquecer tudo o que leu...

Em três segundos...

Um...

Dois...

Três...

...e ninguém fala mais nisso...

6 comentários:

  1. Aquela rave super digna em Alphaville foi um basfond neah? HHAHAHAHAHAHAA

    Eu sooooooooooooper achei digno a gente correr tantos riscos de vida em uma noite só.São experiencias que deverão ser contadas (ou não) para as gays que estão por vir.

    Te amo tuffos! E esse tipo de história super vale a pena ser lembrada. ( ou não)


    ahhahaha

    Ps1: Tem foto desse dia no meu orkut.

    Ps2: Nunca esquecerei que aquele dia eu fui perseguido por um negão no Autorama.

    Ps3: Nunca mais fomos os mesmos depois daquele dia.

    Ps4: A rave digna e rica com tochas em volta da piscina, DJ internacional e um helicoptero voando segurando as caixas de som tocando, e tudo isso em Alphaville foi digno neah?

    HAHAHAHAHAHAHAHAH

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  2. Sua loucaaaa...
    Como assim vc achou que Jandira era um lugar bacana ???!!! Já não aprendeu que tudo que tem nome de Indío é problemático??!!! Curupira, Cumbica... e o google?? Esqueceu de dar um google em Jandira?? Logo vc ???!!
    Veja só se vc fosse seguir os conselhos de Doc, googando Jandira:

    "Jandira é um município do estado de São Paulo, na Região Metropolitana da capital, microrregião de Osasco. A população estimada em 2009 era de 112.130 habitantes e a área é de 17,5 km², o que resulta numa densidade demográfica de 6468,2 hab/km². Jandira é uma palavra que vem do Tupi-Guarani, e significa abelha melífera, já que nessa região havia muitas abelhas, o apelido da cidade passou a ser cidade favo de mel.
    Seus limites são Barueri a norte e nordeste, Carapicuíba a leste, Cotia a sul e Itapevi a oeste.
    O município é servido pelos trens da Linha 8 da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Tornou-se município em 28 de fevereiro de 1964, com o desmembramento de Cotia, após a emamcipação político-administrativa ser aprovada pelos moradores atráves de plebiscito realizado em 8 de dezembro de 1963."

    Vc acha mesmo que uma cidade, que tem na sua descrição as palavras Osasco, abelha melífera, Cotia, trem CBTU, entre outras no mesmo texto .. pode ser ao menos bacaninha???!!!! NOT!!!
    Vou ver as fotos da Whit!!!
    E não esquecerei jamais!!!
    Lov U

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  3. RSRSRSRSRSRS

    AHAZZOUUUU NA PESQUISA GATA!!!

    mas gataaaaaa, naquela época eu era uma bibinha adolescente... inocente... eu não era uma pessoa tão contemporânea e up-to-date como agora! rrsrsrsrs... give me a break!!!!

    E, gata... quando a sra me ver, nem tente comentar essa história comigo pq eu sempre negarei!!! eu estava em ALPHAVILLE!!!!!!!!!!

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  4. Vc esta em ALPHA mesmooooooooooo .... isso sim!
    Vou perdoar seu deslize adolescente porque quem é que nunca fez besteira nessa fase que jogue a primeira pedra, neah?!!!

    Jandira é o novo meu cú!

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  5. bee, arrasou na rave em Alphaville. Adorei o post mas no finalzinho me deu um soooooonoooo. Não sei o que aconteceu.
    Vou ver as fotos no albuma da Whit!

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  6. Mesmo q vc se esforce não vai esquecer, vheeu?
    vc se lembra até dos detalhes!! hahaha o bombril na antenha é mto bom!! hahaha
    Não dá pra esquecer pq adorei essa estoria, mas prometo q não comento pra ninguem, ok?

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