sábado, 23 de janeiro de 2010

Donations...

Jáviajei bastante e conheci muitos países e passei por várias situações estranhíssimas e engraçadas também. Todas estas campanhas pra ajudar o Haiti me fez lembrar de uma situação esquisita em particular pela qual eu passei.

Saio de São Paulo com destino à Miami. Depois de despedidas de amigos e família, já que estava viajando a trabalho e ficaria fora por alguns meses, entro na área de embarque, já meio num clima surreal, pois seria a primeira vez na minha vida que pisaria em terras estrangeiras. No saguão de embarque, o meu nervosismo é suplantado pela Doc Pat Foligati, que arrasa na H.Stern do aeroporto. Passei todo o tempo conversando com ela e a nervosa ainda me presenteia com uma caixa de chocolates muito afronte. Porém, minha ansiedade foi tanta que nem me deu vontade de comer doces pelas próximas horas.

Entro no avião e, 9 horas, uma lasanhinha suja da American AirLines, um suquinho mixuruca de laranja e um filminho B depois, estou em Miami.

Já chego muito numa linha business ligando pra casa e falando que tava vivo e já ligando pro hotel mandar o shuttle pra me buscar no aeroporto, porque eu não sou obrigado a pagar táxi. O hotel era bafônico! Um luxo total, depois de um banho, já vou dar close pelas imediações. Aquele lugar parecia que estava morto! Fiquei numa parte muito uó de Miami. Não se via pessoas... parecia uma cidade abandonada. Depois de muito peregrinar, acho um Wall-Mart. Lindamente entro pra fazer compras porque tinha esquecido de comprar um monte de coisas no Brasil..

Porém, minhas habilidades com a língua inglesa não adiantariam nada: “Hola, señor! Bienvenido!!”. Não tinha UM funcionário naquela joça que falasse inglês! Achei o fim! Eu, aqui no Brasil, consegui aprender inglês sozinho no meu quarto e esse povo imigrante não pode aprender um pouquinho de inglês em um país que tem esse idioma como língua nativa?!?! Vai ser preguiçoso assim lá no inferno!! Daí eu já arrasei no meu portunhol arrasador “adonde estás lo talco para los piés?”; “quiero lo cortador del unhas” hahaha

Também comprei um despertador. Mas, quando cheguei no hotel, vi que o alarme era bem baixinho, fraco. Resolvi voltar ao Wall-Mart, dessa vez com o meu lendário cachecol-verde-limão para trocar por outro de uma marca diferente. E é neste momento que se desenrola a situação engraçada.

Depois de achar a única assistente de gerente que falava inglês, ter explicado que queria trocar o despertador e efetuado a troca, eu saio do mercado e caminho em direção ao telefone público pra ligar para o shuttle do hotel vir me buscar. No caminho, sou interceptado por um cara falando comigo em inglês (finalmente achei alguém nos USA que falava inglês!). Ele me diz pra eu fazer uma doação pra cruz vermelha! Pensei comigo “Ok, sem problemas”.

Daí o cara me pede pra seguí-lo, penso comigo “acho que ele vai me levar até a urna pra eu depositar o dinheiro”. Eis que, em cerca de três segundos, me encontro sentado, dentro do furgão da cruz vermelha, respondendo perguntas sobre meus hábitos alimentares nos últimos dias. A tal doação era de sangue, acho que para os soldados americanos em guerra.

O cara deve ir até esses lugares aonde não se fala inglês direito e meio que pega um monte de gente com um monte de frases de duplo sentido e outros truques. Me senti enganado! Mas, como o boy tinha me deixado usar o telefone celular dele pra ligar pro hotel, me senti meio desconfortável em me negar a doar sangue logo de cara. Não que eu não faria isso, mas, eu ia começar a trabalhar num emprego novo no dia seguinte, longe de casa, num país estranho, com uma rotina totalmente nova que eu nunca havia experimentado até então, comendo uma comida completamente diferente da que comia. Não poderia adicionar mais uma coisa nesta lista, como ficar desidratado, doente, com febre ou outra conseqüência qualquer que pudesse acontecer. Imagina se eu desmaio e falo pro meu chefe “é que eu doei sangue essa semana”. Ele não ia engulir!

Então, cercado de umas três pessoas que estavam salivando pelo meu sangue (toda uma linha Crepúsculo), quando me foi perguntado se eu tinha tido alguma gripe, falei que tava com a garganta inflamada e que por isso eu estava usando um cachecol (luxuoso e afrontérrimo!). Neste momento eu me lembrei das minhas aulas de inglês básico na faculdade... Porque aprendi a falar “garganta inflamada” ou “sore throat” em inglês, lá – durante um capítulo do livro dedicado somente à doenças e enfermidades. E, enquanto aprendíamos sobre essas doenças doidas, eu pensava comigo mesmo “nossa, que perda de tempo, em que situação prática eu vou usar essas palavras na minha vida?”. Bom, tive que calar a boca porque saber isso me livrou de um problema.

Depois disso, a enfermeira disse que eu não era elegível porque a tão famigerada “sore throat” poderia ser uma indicação de que meu sangue poderia estar inflamado. Falei “ah, que pena... maybe next time, ok? Bye then…” E saí no maior carão direto para o shutter bus do hotel, com meu despertador novinho debaixo do braço e com todo o meu sangue dentro de mim. Hahaha

Acho estranho ter todas estas regras de vacinação pra entrar em território americano e, ao mesmo tempo, os hospitais pegarem qualquer pessoa na rua pra doar sangue sem maiores problemas e explicações. Afinal, eu falei pra eles que era estrangeiro, que tinha acabado de chegar nos USA e eles nem se importaram em saber como era a vida na minha terra natal, se eu estava exposto a algum tipo de doença ou algo do tipo. “Hello, Centro de Controle de Infestações e Doenças chamaaaandoooo”.


That's all...

4 comentários:

  1. HAIUAAHAIAUAHAU

    eh gactam, se tão pegando sangue na rua, eh pq a coisa anda de mau a pior! ahahahah

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  2. Luxo nean??!?? rsrsrsrsrs
    Bjssssssss
    e passa ki sempre, dri!!!

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  3. Posso virar tua fã? ok já virei, e vou ser sua seguidora. Ai... essa sua fase "crepúsculo" tinha que ser compartilhada ha ha ha.
    Sou amiga de Pat Camargo, e ja tinha visto seus comentários geniais tb pela foligata...amei saber que vcs estão juntos aqui. Foligata é ótima e voce é d+. Não precisa mudar nada do layout, como vc se expressa já é o suficiente, e deve ter mta coisa pra contar!!!...
    un bacio

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